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Em Brasília, metalúrgicos avançam debates sobre aço, eletroeletrônico e naval

Além de estreitar conversas políticas sobre setores industriais, sindicalistas conversaram sobre previdência social e o novo PAC. Documento foi entregue ao vice-presidente da República

Depois de conversar com o setor patronal do aço no final de outubro, sindicalistas metalúrgicos e químicos avançaram na construção de um grupo de trabalho tripartite formado entre trabalhadores, empresários e governo federal ao visitar, na última terça-feira (14), em Brasília, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin.

O grupo de trabalho atuará no impulsionamento da indústria nacional siderúrgica, valorizando a produção nacional, reforçando o papel dos trabalhadores no processo produtivo e enfrentando a concorrência desleal com o aço importado do exterior.

Segundo o presidente da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, a intenção é elaborar uma política nacional de valorização do setor siderúrgico.

“A ideia do grupo tripartite surgiu ainda no fim de setembro, na Conferência que realizamos no Ceará sobre a indústria da mineração, siderurgia e metalurgia. O documento gerado naquele evento foi entregue ao vice-presidente Alckmin neste encontro. O que ficou da reunião com ele foi um compromisso de que nós trabalhadores queremos construir uma indústria que valorize o trabalho decente, que gere renda e emprego, que interligue vários segmentos”, disse o dirigente.

Presente na comitiva em Brasília, um dos coordenadores do setor siderúrgico da CNM/CUT, Fábio Piontkwski, avalia que depois do encontro com o Alckmin o próximo passo será discutir medidas concretas para recuperar a capacidade produtiva do setor, em queda nos últimos anos.

“A construção de um grupo tripartite é um importante marco na história das relações entre o capital e trabalho, sob a ótica da reorganização e da recuperação da nossa capacidade industrial produtiva”.

Outras pautas em Brasília

Além de conversar sobre o setor do aço, os metalúrgicos também discutiram com o vice-presidente da República medidas para o setor eletroeletrônico, no qual também há o interesse em formar um grupo de trabalho tripartite para impulsionar este segmento, visando a defesa da produção local e o combate às importações indiscriminadas, que afetam principalmente os empregos nacionais.

A transição energética foi outro ponto das reuniões em Brasília. De acordo com Erick Pereira da Silva, presidente da Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT-SP (FEM-CUT/SP), os sindicalistas tiveram a oportunidade de falar sobre a produção de veículos híbridos no país. “Temos uma grande oportunidade no setor da energia e valorizamos o acordo que os sindicatos filiados à FEM-CUT/SP fecharam com a Volkswagen, garantindo a produção dos primeiros híbridos da marca no Brasil, os empregos e gerando mais postos de trabalho”, diz o dirigente.

Em seguida, os trabalhadores se encontraram com o presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Naval, deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT-RS), para conversar sobre os encaminhamentos e últimas ações realizadas para retomada do setor.

A visita seguinte foi no gabinete do ministro da Previdência, Carlos Lupi, onde houve discussão sobre perícia médica, doença ocupacional e um pedido para que fosse aprofundado um debate sobre os impactos que a desoneração da folha podem ter sobre o sistema previdenciário. “O ministro ficou de encaminhar uma comissão para debater a desoneração da folha e outra para as questões das doenças ocupacionais e das perícias médicas”, revelou Loricardo.

Por fim, a comitiva metalúrgica esteve na Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, onde conversaram sobre o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que é coordenado pela Casa Civil.

“Falamos da importância que o PAC tem na indústria nacional, inclusive do Qualifica-PAC (programa de formação de mão de obra para atuar no programa), e da importância de construir grupos de trabalho com os trabalhadores, incluindo o Macrossetor da Indústria da CUT. Queremos fazer parte do desenvolvimento nacional, com direitos, trabalho decente e renda”, finalizou o presidente da CNM/CUT.

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Fonte: CUT BRASIL

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