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Gerdau reorganiza produção de aço no Brasil

A Gerdau está reorganizando suas operações no Brasil, em busca de maior competitividade. Com o fechamento da usina de Barão de Cocais (MG), anunciado ontem (28), a produção na unidade será deslocada para outras usinas do grupo no país, incluindo a Cosigua, no Rio de Janeiro, que receberá investimentos de R$ 200 milhões. Outros R$ 400 milhões serão investidos em modernização em Caucaia, no Ceará.

“Estamos acelerando um plano que já vinha sendo debatido há tempos. As medidas de defesa comercial adotadas pelo governo trouxeram confiança para executá-lo agora”, diz o presidente da Gerdau, Gustavo Werneck. Os investimentos ainda não haviam sido detalhados, mas estão contemplados no pacote de R$ 7,5 bilhões que será desembolsado pelo grupo até o fim de 2025.

O executivo se refere à decisão do governo de adotar um mecanismo que combina cotas de importação e alíquota de 25% sobre os volumes excedentes, para conter a entrada de aço importado em condições desleais de concorrência. Conforme Werneck, o governo se comprometeu a rever a medida se ela for insuficiente “Acredito muito nos compromissos assumidos, com a segurança de que o governo federal vai observar os desdobramentos”, diz.

De acordo com o executivo, os recursos aportados na Cosigua, segunda maior operação da siderúrgica no país, serão direcionados à transformação de capacidade produtiva que antes era voltada a exportações e, agora, passará a atender ao mercado interno com produtos de maior valor agregado. Historicamente, o grupo exportava cerca de 22% da produção brasileira, mas o aço nacional perdeu competitividade no exterior.

Do montante que a Gerdau planeja investir até o fim de 2025, R$ 5 bilhões serão aplicados em projetos em Minas Gerais. Na usina de Ouro Branco, a Gerdau está investindo R$ 1,5 bilhão para expansão de capacidade, com a adição de um novo laminador de bobinas a quente de 250 mil toneladas por ano. O início de operação está previsto para agosto ou setembro.

“Estamos colocando mais 250 mil toneladas de bobinas a quente, que foi um dos produtos que entrou na lista [de cota de importação] do governo”, afirmou Werneck. Em Divinópolis, serão investidos R$ 100 milhões em modernização até o fim do ano.

“Nós estamos acelerando um plano que já vinha sendo debatido há muito tempo”
— Gustavo Werneck

Outro projeto relevante da Gerdau, em mineração, também fica em Minas Gerais. São R$ 3,2 bilhões em investimentos em Ouro Preto para elevar a 5,5 milhões de toneladas a capacidade de produção da mina de Miguel Burnier. O início de operação está previsto para o fim do ano que vem.

Instalada no mesmo Estado e responsável por menos de 3% da produção da siderúrgica no país, a usina de Barão de Cocais será fechada por causa de sua baixa competitividade e defasagem tecnológica, explica Werneck.

Considerada a menos produtiva do grupo no Brasil, a unidade tem capacidade instalada de 330 mil toneladas de aço por ano, em dois altos-fornos e uma aciaria, e emprega cerca de mil pessoas. Em comunicado enviado à imprensa local, a empresa informou que os clientes continuarão sendo atendidos normalmente.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Barão de Cocais, 487 empregados já foram demitidos. A empresa informou que busca a realocação do máximo de empregados em outras unidades, e vai oferecer programas de capacitação para os demitidos.

Conforme Werneck, a Gerdau não planeja suspender as operações em novas usinas no país. “Isso deixa [a operação] Brasil preparada para o próximo ano. Fizemos os movimentos necessários para competir de maneira mais igual com o produtos globais.”

No Ceará, a siderúrgica vai investir aproximadamente R$ 400 milhões na modernização da usina de Caucaia. Durante o período de obras a usina será “hibernada”, com início de operação em 2026 “mais moderna e competitiva”.

Fonte: Valor
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 29/05/2024

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